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Ironia Trágica 

por Fabio Satoshi Sakuda, F/X

@

   Na minha vida, eu sou um ator coadjuvante. Nunca fiz ou fui algo que prestasse. E acho que isso vai continuar assim.

   Vivo imaginando - aliás, é só isso que faço - porque não vejo futuro além do presente? Aos poucos vou criando uma imagem do que acho ser meu futuro.

   Não adianta! Um fracassado só tem um amanhã! Minhas divagações da perfeição nunca se concretizarão!

   Só posso fazer isso. Divagar. Sonhar...

  

 

 

   Posso imaginar vida. Não consigo vivê-la.

   Posso criar imagens. Não concretiza-las.

   Posso ver. Não tocar.

   Posso amar. Não posso ser amado.

 

 

 

   gSe eu pudesse viver de sonhos e não de devaneios...h

   gSe pudesse viver...h

   gSe pudesse...h

   gSe...h

 

 

 

   Posso ser o que quiser. Não posso ser tudo.

   Posso viver aos poucos. Mas não quero esmolas.

  

 

 

   Do ciúme por quem já viveu pelo menos um minuto, sai minha canção de ira, a melodia da Utopia. Onde caminhos bons se abrem. E sempre há melhores no horizonte. Enquanto os ruins ficam para trás. Até não serem mais visíveis.

  
 

 

   Sopra o vento no meu rosto. Ele diz gperdedorh!

   O calor atinge meu corpo. E me queima de pirraça.

   Ela toca meu coração. E balbucia gé o fimh!