Voltar...

@    Os Filhos do Atomo

Uma historia ficticia e que nao faz parte da cronologia dos
X-Men.
Copyright Marvel Comics.
Em andamento. Prologo - 1 - 2 - 3 -
4 - 5

por Fabio Satoshi Sakuda, F/X
xsakuda@hotmail.com

xmen1.jpg (95235 bytes)
Magneto finalmente inicia seus planos.
@

   Essa noite choveu muito em Nova York. Os trovoes ressoam enquanto na mansao Xavier, o Professor X comanda mais um exercicio em nossa sala de treino. A dois niveis no subsolo, nao ha o menor sinal da chuva, alem dos aparelhos que cuidam da seguranca da mansao, que detectam os trovoes que caem mais proximos. Eh uma grande tempestade.
   Em nosso treino, estamos testando o trabalho em equipe de Bobby e Warren. Os dois nao conseguem agir em conjunto, se arriscam demais em manobras solitarias. Hank eh mais cuidadoso, sempre prestativo e seguindo os planos. Eu quase acho injusto ser o lider de campo dos X-Men com alguem como o Fera na equipe. Ele entrosa os membros com sua alegria, eh muito inteligente.
   A rotina que estamos usando eh a de manobras de evasao. Warren ficou encarregado de Bobby, mas os dois sempre discordam em momentos criticos. Quase houve um acidente, quando Bobby disse que nao precisava de apoio. Se eu nao usasse meus raios pra deter o obstaculo que estava programado para pegar Bobby, talvez ele estivesse na enfermaria ao inves do escritorio do Professor.
   Quando amanhece, Warren vai buscar o jornal na caixa de correspondencia, no portao da mansao. Seria uma boa caminhada, mas voando, ele chega rapido. Bobby ainda estah dormindo enquanto Hank ainda nao dormiu desde ontem, concentrado em seus trabalhos finais de seu curso superior. Ainda assim ele sorri e pede mais cafeh. -A noite foi longa, porem o dia estah belo demais pra ser desperdicado!

   Professor Xavier estah na cozinha, e aparenta nao ter tido uma boa noite de sono tambem. Ele me dah o bom dia, sempre serio. Eh nesse momento que ouvimos Warren chegar, entrando pela varanda.
   -Voces precisam ver isso!
   Warrem mostra o jornal, com a noticia de que diversos mutantes foram mortos a beira de um duto de saida do esgoto, proximo ao terminal de trem. Sao mutantes deformados, como o que encontramos no circo alemao. Professor nos conta a historia dos Morlocks, mutantes que vivem nos subsolos de Nova York, escondendo as deformacoes que sua mutacao causou.
   -Era esse tipo de situacao que Magnus tentava impedir!
   -Nao se precipite, Warren. Ninguem quer esse tipo de chacina, mas Magnus pretendia o mesmo para os nao-mutantes.
   O que serah que ele estah fazendo?

@

   A tres meses atras.
   -Chega , Charles, esse eh o quinto assassinato de mutantes esse mes! Nossos irmaos e irmas estao morrendo e somente nos podemos protege-los!
   -Acalme-se, Erik. Sei o que passou na infancia, mas o que voce estah querendo...
   -Temos que mostrar que somos fortes, Charles! Nao podemos deixar eles nos oprimir!
   -Professor, perdoe interromper essa discussao que parece tao importante, mas Hank disse que descobriu algo. Nao sei do que se trata, mas parece importante.
   -Com licensa, Erik. Eh aquela pesquisa de que eu lhe falei.
   -Vah, Charles. Se esconda novamente em seu laboratorio.
Ele me olha, com aquele olhar que a cada dia parece estar mais presente em sua face.
   -Charles nao tem coragem pra nossa batalha, Scott. Essa guerra necessita de verdadeiros guerreiros. O tempo de diplomacia nunca existiu, nos perdemos muito tempo com isso.

   Desde aquele dia, Magnus passou a ficar cada vez mais determinado em seus ideais, por mais crueis que fossem. Foi nessa epoca que nos passamos a desconfiar dele. Uma noite, ele estava na sala de Cerebro, vasculhando os arquivos de registro. Eu nao estranhei, achei que fosse mais uma tarefa de rotina, ele e o Professor sempre faziam coisas assim. Mas quando fui chama-lo, percebi quem ele olhava no monitor.
   -Magnus! Essa eh a ficha de Mistica! Ela eh uma terrorista perigosa! O que voce quer com ela?
   -Ha muitas coisas que voce nao entende, Summers. Mistica nao eh uma terrorista. Veja sua ficha. Ela cuida de outros mutantes, como nos. Porem, ela nao fica apenas nas palavras. Raven Darkholme jah se infiltrou ateh mesmo em agencias de Genosha. Ela eh uma irma de causa.
   Nessa noite, eu percebi o quanto Erik Lensher havia ultrapassado a linha entre o ideal de Xavier e a paranoia.

   No presente...
   O alerta tocou ha dez segundos. Eu fecho os olhos e tiro meus oculos. O uniforme estah dentro de um compartimento secreto de meu armario. Meu visor especial estah junto.
   Em um minuto, Warren e os outros tambem estarao na sala de reunioes.
   -Meus alunos, chegou o dia que eu temia. Quero que estejam prontos pra tudo, essa serah a primeira missao com possivel embate com adversarios mutantes. E eu temo que tenhamos um problema a mais.
   -O que aconteceu, senhor? Mais uma briga?
   -Nao, Bobby. Terroristas mutantes tomaram conta de uma base militar no Arizona. Eh uma area de alta seguranca, nao ha afirmacoes oficiais, mas dizem que eh onde se esconde as ultimas bombas nucleares dos Estados Unidos.
   -Entao o que estamos esperando? Nos somos os mocinhos nao eh?
   -Acalme-se, Warren. Eu acho que o Professor ainda tem o que dizer...
   -Sim, Scott. E essa eh a pior parte. Os terroristas que tomaram a base se auto-entitulam Irmandade de Mutantes!
   Irmandade de Mutantes era o nome que Magnus havia usado pra nos definir. Mas o Professor sempre achou um nome muito forte, que poderia causar medo. Por isso que hoje nos adotamos o nome de X-Men.
   -Se Magnus estiver mesmo por tras dessa Irmandade, e Deus queira que nao, nos teremos que enfrentar nosso antigo aliado.
   -O senhor nao pode localizar Magnus com o Cerebro?
   -Sim, eu poderia, mas Cerebro nao o localiza por algum motivo. Ele nao estah em parte alguma do Globo. Como se ele tivesse sumido, ou...
   -Acalme-se, Professor. Acredito que nosso caro colega e grandioso mestre do magnetismo nao deva ser tal mente diabolica por tras desse atentado. Erik eh uma pessoa boa, mesmo que por tras de tudo ele esconda muito rancor por seu passado de tragedias, ele nao seria capaz de tomar em maos, armas tao mortiferas.
   Chega de papo, Hank! Vamos logo!

   O Hangar de abre. Westchester eh uma regiao muito pacifica e silenciosa. E mesmo quando, atras da quadra poliesportiva da mansao, um enorme Blackbird sai arrancando de suas turbinas mais de mil quilometros por hora o bairro continua em sua paz.
   Dentro da aeronave, quatro jovens ficam ansiosos diante desse grande desafio pela frente. Eles nao querem morrer. Conhecem o perigo. Suas horas de treino garantem uma certa experiencia, mas em campo, eh diferente. E os inimigos podem ser letais.

   Chegamos ao Arizona em menos de uma hora de voo. Nos aterrisamos proximo a uma montanha e seguimos a peh de lah. O Professor fica na nave, camuflada por modernos equipamentos. Mas nos orienta, atraves de um contato telepatico. O contato costuma ser doloroso e tira a nossa concentracao. Mas apos tanto tempo de treino, nos jah nos acostumamos a essa sensacao.
   A base estah vazia. Os militares ainda devem estar ocupados com a burocracia. Fera e Homem de Gelo entram facilmente com seus poderes. Eu sou carregado por Anjo. Atravessando os primeiros niveis de seguranca, chegamos ao nucleo. Eh facil saber onde os terroristas estao. Eh soh ver a porta derrubada.
   Nos entramos e ficamos de prontidao. Agora o perigo eh iminente, e em espcos fechados, nos teremos que agir rapido e eficientemente. Eu me preocupo com Warren e Bobby. Eles ainda nao se entrosaram. Podemos ter problemas com isso.
   Parece que estah tudo bem ateh agora. Mas quando entramos num salao chei ode monitores, provavelmente o nucleo de seguranca, vemos uma garota amarrada a um dos assentos. Deve ser uma das tecnicas do complexo. Peco pra Fera vigiar uma das portas enquanto Bobby se encarrega da outra. Temos que agir rapido, somos uma equipe de assalto, mas ainda assim, nao podemos ignorar os inocentes. Eu desamarro a garota, percebo agora que estah com uma estranha coleira, com um cabo ligando a uma pequena tiara que circunda sua cabeca. A tiara emite brilhos regulares, como um contador, ou um emissor de sinais. O que serah?

   Warren faz uma observacao -Ela eh uma gracinha!
   Desnecessario. Eu o ignoro e peco pra que tome o posto de Hank. Somente ele pode identificar esse colar.
   -Temo que isso seja um equipamento estranho pra mim. Eh algo criado por alguem que nao respeita certos padroes... Por exemplo, nao ha tampa nem parafusos. Ele eh liso, somente com uma abertura de menos de um milimetro por onde sai o fio que une a tiara. Mas nao parece ser algo como uma bomba ou detonador de uma. Falta espaco pra colocar os circuitos necessarios. Eu ousaria dizer que esse eh um aparato baseado em Cerebro, o amplificador telepatico de nosso amado Professor.
   -Sua geniosidade me orgulha, Henry McCoy. Porem, ainda nao perdeu sua mania de falar sem parar.

   Magnus. Ele realmente estava por tras disso. Pensando melhor, eu devia ter percebido que a porta de metal denso nao estava derrubada e sim torcida. Torcida por ondas magneticas.
   Nao queremos lutar, ele jah foi nosso aliado e mestre. Porem, nao havera alternativas se ele nao repensar seu plano.
   -Erik! - A voz vem de dentro de nossas cabecas.
   -Charles. O que voce quer dessa vez?
   -Desista dessa acao insensata! Voce sabe que ha outras alternativas!
   -Nao, Charles. Nao ha. Voce viu o noticiario? Sao mutantes que morrem. Nos homo superior somos apenas a vigesima nona parte da populacao mundial. Porem, os assassinatos a mutantes estao somente atras dos assassinatos ocorridos em paises em guerra! No mundo inteiro, humanos matam nossos irmaos, por inveja de termos sido agraciados com poderes pra erguermos a proxima etapa da vida neste planeta! Eles temem o fato de que sao obsoletos e de que nos, os mutantes, devemos ser os proximos a manter a civilizacao! Como o Homem Neanderthal, chegou o dia em que o Homo Sapien deve ceder espaco ao Homo Superior.
   -Chega, Magnus! Nao deixaremos voce continuar essa loucura! Por favor, respeite nossa amizade e venha conosco de volta a mansao.
   -Duas coisas, Summers. Nossa amizade eh digna de meu respeito, mas nao eh mais importante que o destino de nossos irmaos. E segundo... Se lembre que em missoes, meu nome eh MAGNETO!
   Nesse instante, a garota se recobra. Ela nao parecia desmaiada, achei que estivesse em choque ou algo assim. Mas ela parece despertar. E estah confusa.
   -Onde estou? Quem sao voces?
   Ela olha pra mim com horror. Meus oculos nunca causam uma boa impressao. Ela me teme, com razao. Mas eu tento acalma-la.
   -Espere, somos amigos. Viemos proteger a base.
   Entao, Magneto se vira pra garota.
   -Acordou, garota? Foi mais cedo que eu previ.
   A garota olha Magnus com mais horror do que quando olhou pra mim. Ela grita. Seu temor eh tanto que nao conseguimos conte-la.
   -Jah chega! Decidam de vez. Se vieram se unir a mim, venham. Mas se querem me parar, acho que serei obrigado a confronta-los.
   Erik estah cego pelo odio. Mas se tivermos mesmo que enfrentar ele, serah que teremos algum exito? Magneto sempre nos venceu, mesmo os quatro juntos, em nossos treinos. Serah extremamente dificil.
   Tento desviar sua atencao pra que o Professor faca algo. Ele pode ser o unico capaz de deter Magneto.
   -Por que trouxe essa garota? Voce nao devia usar inocentes!
   -Cale-se! Ela nao eh uma refem! Ela eh uma aliada!
   Aliada? A garota parece tao assustada que eu duvido.
   -Se Charles nao fosse tao teimoso, eu nao precisava fazer isso a ela! Se ele usasse os poderes psionicos pra encontrar o codigo de detonacao na mente daquele imprestavel humano, eu nao teria que usar Jean Grey pra conseguir!
   Jean Grey. Ela eh uma outra mutante que o Professor encontrou. Ele havia recrutado ela na mesma epoca que nos. Mas ela estava muito fragilizada e a familia nao a deixou. Magneto deve ter pegado a ficha dela. E sabe-se lah de quantos outros.
   Nesse instante, Jean Grey comeca a ter espasmos. Eh claro o que aconteceu. O Professor explicou o que acontece com mutantes psionicos quando estao descontrolados. Eles nao conseguem controlar as vozes dentro de sua psique e tantos pensamentos acabam causando dor por todo o corpo. So ha um jeito de parar isso.
   -Me diga o que eh! Por favor, pare essa dor!

   Ela leu meus pensamentos. O Professor pode acalmar os poderes de Jean Grey ateh que ela mesma possa se controlar.
   -Jean, abra sua mente. Eu vou parar essa dor, mas preciso de sua ajuda.
Meu plano se foi. Com o Professor acupado com Jean Grey, eu nao tenho outra alternativa.
   -Magneto, eh nosso ultimo aviso. Venha conosco de volta a mansao, vamos conversar com calma!
   -Entao, voces fazem sua escolha. Se voces nao sao meus aliados, sao um obstaculo!
   -Jean, me ouca. Eu senti dentro de sua mente que voce tem poderes telecineticos. Voce pode mover objetos. Se eu te ajudar, voce pode usar esse poder pra nos ajudar?
   -Eu.. sim, eu posso.
   Agora, Jean Grey parece mais segura, o Professor jah deve ter controlado sua mente. Mas nos temos algo mais importante no momento.
   -Bobby, nao se precipite.
   Eu gesticulo com os dedos, dando ordem pra que Bobby ataque a visao de Magnus, Isso dara tempo pra eu nocautear ele com uma rajada concussiva.
   Magneto sorri e eu percebo tarde demais. Bobby esfria a sala com seu disparo de gelo. Quando ele alcanca Magneto, o raio bate em seu escudo, como eu previa. Mas quando eu vou soltar minha rajada, percebo que o visor nao estah abrindo.
   -Eu projetei esse visor, Ciclope. Uma simples inducao magnetica em um ponto e o visor fica travado e soh pode ser concertado se voce tirar ele. Aposto que nao tem outro reserva.
   Ele sabe que nao.
   -Essa brincadeira acaba aqui. Voces nao tem como me derrotar, ainda sao imaturos.
   Ele levanta a mao e sabemos que ele vai contorcer o ferro que recobre essa sala. Nos nao temos pra onde fugir, nao em um complexo inteiramente de metal.
   -Pronto, Jean. Use seus poderes quando eu mandar.
   Magneto percebe tarde demais.
   -Agora, garota. Tire o elmo que protege a cabeca de Magneto!
   O capacete de Magneto voa, mas para de repente.
   -Voce percebeu que esse eh o capacete que eu ainda nao havia terminado, nao? Aquele que protege meu cerebro de invasoes. Mas a psicocinese da garota nao eh forte o suficiente contra meu magnetismo!
   -Isso eh o suficiente.
   Magneto joga o corpo pra tras, como se tivesse sido golpeado. Ele cai adormecido.
   -Boa, Professor! Nos cuidamos dele agora!
   Mas quando Warren se aproxima pra levar Magnus, uma explosao preenche a sala.
   -Estah tudo em chamas! Vamos fugir, rapido!
   Parece impossivel fugir, as chamas estao perto demais!
   -X-Men, nao se deixem enganar! Essa chama nao existe! Eh uma ilusao psiquica!
   Quando percebemos, jah eh tarde. Magneto foi levado por seus companheiros. Quem serao eles?
   Nos vasculhamos a base e soh percebemos um jato partir. Nos vamos em seguida.
   Por que eles desistiram tao facil, me pergunto. Acho que sem Jean Grey, eles nao tinham como obter o codigo. E com Magneto inutilizado, nao sobrou ninguem pra tomar os controles dos misseis e proteger a base.
   Esse foi o fim de nossa amizade com Erik Magnus Lensher. E, ao que me parece, o inicio de uma luta contra nosso antigo aliado e sua Irmandade.

@

continuar....